Na opinião de muitos a candidatura de Fernando Gabeira precisa “virar uma onda” para dar certo. E parece que ele já sabe disso. Em reunião hoje em carioquíssimo hotel na Praia do Flamengo, o pré-candidato se dirigiu a um público eclético, formado inclusive por artistas – quer cantora mais carioca do que Paula Toller, vocalista da banda Kid Abelha?
Gabeira falou sobre tudo: encontrar a vocação econômica da cidade, investindo mais no turismo; transformar a saúde do Rio, fazendo ela funcionar com estrutura adequada de saúde de família, unificação tecnológica, sistema de compras de remédios e implantação de mais hospitais de emergência, entre outras medidas; tratar a cidade como Metrópole, pois estamos rodeados por 17 cidades importantes; unificar o transporte para facilitar a vida do cidadão...
Reforçou a defesa da educação integral de Brizola e Darcy Ribeiro (feita na coletiva dada no dia 11 de março e publicada aqui no blog no dia seguinte); se mostrou disposto a ajudar no combate à violência, citando projetos internacionais e ressaltou ter o compromisso de não fazer promessas vãs.
Trabalhar melhor e trabalhar mais. Defendeu prazos para a realização de metas.
Ouvir este representante político querer resgatar a auto-estima da cidade e pedir o apoio de figuras importantes, para que elas emprestem sua imagem nesta luta pela recuperação, enche o peito de esperança de qualquer um que se orgulhe de morar numa cidade tão linda, tão verde e tão degradada.
Ele sabe que não é fácil. Tem o cuidado de usar palavras como atenuar, aliviar, recuperar, investir... O potencial do Rio é imenso, só precisa vontade e muito trabalho.
E isso o pré-candidato pela Frente Carioca (PV, PSDB e PPS), com 67 anos de experiência, tem de sobra.
A maioria dos jovens brasileiros cresceu com impeachment e mensalão na mídia, por isso o interesse quase zero por política, a não ser que a família tenha algum engajamento; porque nem os grêmios têm envolvimento político de vanguarda nos dias de hoje.
Me pego muitas vezes explicando por que gosto de política, seja em rodas de amigos ou em grupos profissionais. Isso deveria ser uma qualidade esperada em qualquer cidadão, e não motivo de vergonha por ter interesse ou alienação pelas decepções.
Ao ouvir Fernando Gabeira tive vontade de dizer que ele é capaz de resgatar o orgulho político do brasileiro.
Fernando Gabeira, que sua campanha vire uma onda gigantesca, como as que sua filha costuma enfrentar, e desperte novamente o interesse pela democracia e pelo jogo limpo na política brasileira.
Maio / 2008