Essa eu não conhecia...
domingo, 24 de maio de 2009
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Ensinando o cérebro
Postado por Ideias em Gotas às 1:44 AM
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Entrevista Nigel Brooke - Parte I
Entrevista com Nigel Brooke sobre Escola Eficaz. Nigel é professor convidado da Universidade Federal de Minas Gerais e consultor do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais da Faculdade de Educação. PhD em Estudos de Desenvolvimento da Universidade de Sussex, Inglaterra.
Carol: em 2005 o senhor participou de um seminário organizado pelo Instituto Unibanco sobre Diagnóstico e Alternativas de Políticas Públicas. O senhor termina a apresentação com a pergunta “A responsabilização tem futuro como política educacional no Brasil?” Qual seria a resposta hoje? O que mudou no Brasil até o presente?
Nigel Brooke: a responsabilização tem duas vertentes. Tem uma que é política e outra que é mais técnica. Aos poucos estamos resolvendo esses problemas técnicos. As primeiras políticas de responsabilização aqui no Rio de Janeiro, Ceará e outros lugares funcionavam na base da comparação entre o nível de desempenho dos alunos na escola em um ano e no ano seguinte para ver se a escola tinha conseguido melhorar.
Esta é uma metodologia bastante primária, é preciso muito mais do que isso. No mundo ideal você tiraria desta equação o nível sócio econômico dos alunos. Ou seja, você controlaria o nível sócio econômico da aprendizagem anterior dos alunos. O que o estado de São Paulo está fazendo agora, de estabelecer metas para a escola e só oferecer premiação ou bonus para as escolas que cumprem as metas já é um passo adiante em comparação com a metodologia anterior.
A parte política continua tão enrolada, tão difícil e os sindicatos não estão aceitando a idéia de que os professores de alguma forma devam ser responsabilizados pelos seus resultados. Isso ainda é um conceito muito complicado.
Carol: que países adotam a responsabilização como política de melhoria de resultados escolares que poderiam ser usados como exemplo de sucesso?
Nigel Brooke: sem a menor dúvida o país que mais avançou nessa área são os Estados Unidos, mas aqui na América Latina o Chile é que se destaca mais. Honestamente eu não sei quais são os países mundo afora que tem poltítica de responsabilização, mas o que se vê é que ao mesmo tempo que você estabelece política de responsabilização para os professores é preciso também construir políticas para todos os outros órgãos, agências e responsáveis pelo sistema educacional.
Os responsáveis pela pelas condições, pela criação de políticas de formação do professor. Todos os níveis governamentais que de alguma maneira devem contribuir para fornecer o serviço educacional. Não é só professor que é responsável. O professor tem toda razão de reclamar, porque até agora – pelo menos no Brasil – quem fica com esse encargo é somente o professor.
Postado por Ideias em Gotas às 3:56 PM
Entrevista Nigel Brooke - Parte II
Carol: o que é uma escola eficaz? Quais fatores efetivamente influenciam uma escola nesse sentido?
Nigel Brooke: para responder essa pergunta eu preciso escrever um livro (risos). Um outro livro (mais risos). Para dar uma resposta curta a escola eficaz é aquela que faz mais do que você esperaria dela levando em consideração os alunos que ela tem. Isso pode parecer cruel, mas a verdade é que há uma correlação fortíssima entre o nível sócio econômico dos alunos e a probabilidade de sucesso escolar.
Se a escola consegue sucesso com alunos cujos antecedentes ou condições não te levam a acreditar nesse sucesso ela está sendo eficaz. Não significa que é a melhor escola ou que tem os melhores resultados, mas levando em consideração os alunos que têm se consegue ir além do que estatisticamente você esperaria desses alunos, a escola está sendo eficaz.
Agora, como transformar uma escola que não é eficaz em escola eficaz é muito complicado. Muito mais complicado do que fazer pesquisa, porque mexe com a maneira da escola se enxergar, com a questão da autonomia da escola para de fato alterar o seu rumo, depende das pessoas daquela escola, dos incentivos, depende de muitos fatores.
Na verdade mesmo não tendo tanta tradição de pesquisa nesta área no Brasil, o que tem de informação acumulada que provavelmente tem aplicação aqui é muito. Não é por não saber como fazer uma boa escola. Não é por não saber como formar um bom professor. Não é por falta de informação que as nossas escolas não se modificam.
Não existem procedimentos instalados para que a escola possa rever a sua parte e alterar seus procedimentos.
Carol: a escola está engessada?
Nigel Brooke: muito, muito. Vivemos numa cultura burocrática, e a maneira em que as escolas são organizadas nas esferas públicas só enfatizam isso. Só consolidam uma miséria, essa incapacidade de mexer.
Carol: então podemos afirmar que o problema é muito mais politico do que de diagnóstico?
Nigel Brooke: eu diria. É um modelo de escola pública. Quem contrata o professor, como ele é alocado para as escolas, qual sua função uma vez alocado em determinada escola… Tudo isso vem contribuir para esse engessamento.
Outro extremo completo é a escola ou sistema onde é o próprio diretor ou conselho diretor da escola que decide que tipo de professor eles precisame que sai ao Mercado para procurar e contratar essas pessoas com um orçamento que é próprio da escola e o diretor vai criando dentro da escola a sua equipe e a própria dinâmica que ele quer. Temos absolutamente opostos. Esse sistema que estou descrevendo talvez não exista em lugar nenhum, mas é um outro extremo.
Na medida em que você quer criar uma escola capaz de identificar seus problemas e alterar sua prática você tem que andar na direção daquele outro extremo, senão a mudança vai ser muito lenta.
Carol: Fale um pouco sobre o GERES (estudo longitudinal sobre qualidade e equidade no ensino fundamental brasileiro).
Nigel Brooke: são 6 universidades públicas colaborando, é preciso muita organizacão para fazer a coisa decolar. Nem o CNPQ consegue isso. Voluntariamente cada uma dessas instituições se juntou neste projeto comum. Há financiamento para essa pesquisa, mas o financiamento é para os custos reais, para os aplicadores, custos de campo. Para os pesquisadores não há nenhuma gratificação, nenhum ganho em termos financeiros, só ganhos acadêmicos. Conseguimos manter coeso este grupo de 6 universidades durante já 5 anos , sem ninguém ganhar nada. Eu acho que para isso já merece um prêmio (risos), pois é um exemplo de como se mantém ativo o grupo de pesquisa em torno de um projeto, de um objetivo comum com sucesso. Tem dado certo, conseguimos levantas as últimas informações, agora é uma questão de processamento. Que não é fácil, mas daqui a pouco nós estamos com os dados da pesquisa completos e aí começa a festa dos pesquisadores que é de fazer as análises. De fato extrair as informações que estão aí. Essa fase daqui pra frente é muito prazeirosa, extrair as lições que os dados nos trazem.
Postado por Ideias em Gotas às 3:55 PM
Entrevista Nigel Brooke - Parte III (final)
Carol: em qual outro projeto educacional o senhor está participando no momento?
Nigel Brooke: estou com dois projetos da Secretaria de Educação de Minas Gerais. Um é um projeto de pesquisa e o outro que é um projeto de certificação.
O de pesquisa é interessante, é um projeto para descrever o perfil dos professores estaduais dos anos iniciais de todo o estado de Minas Gerais. O interesse especial nesta pesquisa é que é um “repeteco” de uma pesquisa de mesmo tipo realizada 12 anos atrás. Então vamos poder ver não só quem são os professores, mas no que esses professores são diferentes daqueles de 10, 12 anos atrás. De certa forma estaremos estabelecendo já uma série histórica para ver como o magistério vem mudando ao longo do tempo.
O outro é para estabelecer um sistema de certificação de professores. Minas Gerais têm discutido muito essa questão ao longo dos últimos anos e agora estamos colocando em prática essa idéia de estipular claramente o que é que se quer de um professor. Quais são os conhecimentos e as habilidades que, neste caso o professor dos anos iniciais, precisa ter?
E depois criar os instrumentos para avaliar se o professor tem ou não tem o que é preciso. A certificação deste tipo tem duas vantagens. Primeiro sinaliza para todo mundo o que é que deveria fazer parte da formação desses professores. Qual deveria ser o currículo dos cursos de formação.
E por outro lado, ao atestar que determinados professores de fato detém esse conhecimento, esse domínio que a Secretaria exige, mostra para a sociedade que existem professores excelentes. Tem professores que de fato merecem alguma distinção e que o sistema está criando esses professores que estão acima da media, e que têm essas competências todas. É um passo positivo, inclusive para poder conceder uma gratificação para esses professores, o que eu acho justo.
O valor simbólico desta certificação também é muito importante para o sistema no conjunto por elevar a auto estima.
Postado por Ideias em Gotas às 3:46 PM
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Curta Criativo 2009
Poderão se candidatar ao concurso:
- os alunos regularmente matriculados em cursos livres e técnicos de cinema do Estado do Rio de Janeiro.
- os alunos regularmente matriculados, em qualquer período, em instituições de ensino superior nos cursos de Cinema, Comunicação e Design do Estado do Rio de Janeiro.
Postado por Ideias em Gotas às 10:05 PM