quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Lixo: um problema crescente

Na mesma época em que a Reuters e a Times Britânica noticiavam que o Brasil e Gana estavam sendo tratados como lixeira pela Inglaterra (julho-agosto/2009) a CBS denunciava no programa 60 MINUTES (agosto/2009) que a China é o alvo para o despacho de lixo eletrônico proveniente dos EUA.

Países subdesevolvidos e em desenvolvimento são o alvo de nações mais desenvolvidas e o que parece é que as autoridades fecham os olhos para este problema, principalmente com o avanço tecnológico e o crescimento do lixo eletrônico.

O mais interessante foi os nossos meios de comunicação não terem dado a atenção necessária ao ocorrido. Não é só uma questão de bom senso. A ONU tenta proteger este tipo de prática com a criação de acordos internacionais, como a Convenção de Basiléia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito (
The Basel Convention on the Control of Transboundary Movements of Hazardous Wastes) visando justiça ambiental.

Está faltando fiscalização e punição para os que traficam lixo no mundo...

Assista aqui "The Wasteland" (somente em inglês):

Watch CBS News Videos Online

O IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor explica como descartar lixo eletrônico: Tecnologia que vira lixo.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Interdisciplinaridade: Educação para a Sustentabilidade

Complementando o último post, sobre o filme 2MM (2 milhões de minutos), vou escrever um pouco sobre o erro em tratar a Educação apenas como meio para produzir consumidores e trabalhadores. Focando apenas na busca de sucesso econômico pelos países, estamos educando as crianças sem a oportunidade de elas desenvolverem seus talentos individuais. Isso foi assunto no post de novembro de 2009 “Nosso sistema educacional funciona?” e também no de julho de 2009 “Educação, criatividade e atividade física”.


Um artigo inquietante intitulado “US students rank 11th in Science, 9th in Math: should we go back to basics?” (Alunos americanos estão em 11o e 9o lugares em Ciências e Matemáticas, respectivamente, no ranking mundial: sinal de que deveríamos enfatizar o ensino tradicional?*) foi analisado em sala na semana passada e mostrou o quanto ainda pouco se debate sobre interdisciplinaridade. E daí para a aplicação então, nem se fala.


A autora da matéria, Donna Gundle-Krieg, cita outro artigo “Schools Should Stick to Basics and Resist Green Fad” (Escolas deveriam se concentrar no ensino tradicional e resistir à onda verde*), de Russ Harding, que defende o foco no ensino das Ciências e das Matemáticas. Apenas.


O problema do artigo de Donna, considerada jornalista especializada em Educação, foi ter reproduzido o artigo de Harding, um burocrata conservador e de índole duvidosa – foi condenado por desfalque na prefeitura de Nova Iorque na administração de Giuliani e também por posse de pornografia infantil – sem criticar a falta de contexto do mesmo.


Harding apresenta informações de um relatório que leva o leitor a acreditar que os empregos que estão surgindo juntamente com a consciência verde (e.g. energia eólica e solar) não vão crescer. O que crescerá será o campo de energias alternativas tradicionais, como o carvão, o gás natural e a energia nuclear. Harding acrescenta que os alunos que ganharão o mundo serão aqueles que dominarem as Matemáticas, a Engenharia e as Ciências. E emenda que as aulas ligadas à educação ambiental deveriam ser totalmente abolidas.


Que fortalecer o ensino das Ciências e das Matemáticas é importante, os educadores já sabem, mas Harding esquece que existe interdisciplinaridade na Educação. Qualquer matéria ligada ao meio-ambiente pode ser incorporada tanto no estudo de matérias da área das Ciências Humanas quanto no de “Ciências pesadas”, como ele chama o que engloba também a Biologia e Geologia.


Outro erro feito pelo burocrata foi enfatizar a 'corporativização' da escola. Assunto ainda não muito debatido e que precisa de mais atenção na área educacional. As forças de mercado não podem continuar ditando as regras, assim como não queremos continuar produzindo gerações de consumidores e trabalhadores. Queremos uma geração de cidadãos talentosos e criativos, com a consciência de que o mundo pode ser um lugar melhor para se viver e sem que o dinheiro e o poder dominem as relações humanas.


* Tradução livre

domingo, 17 de janeiro de 2010

O que você quer ser quando crescer?


O documentário 2MM (infelizmente somente em inglês) prova mais uma vez de que o sitema educacional é o reflexo da sociedade. A escola já cumpriu diversos papéis, como preparar países para a Revolução Industrial e para a Guerra. O filme em questão compara e contrasta o sistema educacional no ensino médio (high school) da Índia, China e Estados Unidos.
O produtor Bob Compton explica que o nome 2MM (2 million minutes, ou 2 milhões de minutos em Português) vem do fato de que no período de 4 anos uma pessoa vive aproximadamente 2 milhões de minutos, ou seja, o tempo de duração do ensino médio. O documentário mergulha nos hábitos das famílias nos 3 países, analisando de perto os relacionamentos entre pais e filhos, além do próprio sistema de educação.
O ensino médio é considerado crucial na preparação do cidadão para a vida social e para o mercado de trabalho. O modo como a sociedade se desenvolve nesses 2 milhões de minutos dita o futuro econômico do país. Ele destaca o papel da família e também a valorização do que é ensinado.
Penso que é necessário investir no desenvolvimento de talentos nos campos das ciências e das matemáticas, além de reformar o sistema educacional para estimular a criatividade dos alunos. Com a globalização, o mundo está encolhendo e, em breve, não será mais necessário passaporte para ser empregado. Aqueles com as melhores habilidades ganharão o mundo.

O documentário está dividido em partes no Youtube.

Pegada Ecológica

O quanto seu estilo de vida demanda da Natureza?

A "Pegada Ecológica" ou Ecological Footprint em inglês, é um indicador de sustentabilidade ambiental. O índice examina a dimensão dos impactos negativos que as atividades exercidas por nós causam junto às fontes naturais. Cada estilo de vida demanda uma certa quantidade de matéria e energia da Natureza, produz resíduos e provoca emissões de gases que desestabilizam o meio ambiente.

A organização sem fins lucrativos Center for Sustainable Economy disponibiliza no site http://www.myfootprint.org um teste para medirmos o impacto que causamos no meio natural. Além de mudarmos pequenos hábitos - o que já ajuda bastante - também podemos neutralizar nosso impacto investindo em projetos ambientais. Os projetos são diversos: recuperação florestal, projetos de geração de energia limpa (eólica, fotovoltaica, biomassa, solar e outras formas), aterros sanitários, entre outros. No Brazil o Programa Carbono Neutro também disponibiliza o teste: http://www.carbononeutro.com.br/.

Fiz o teste e descobri que se todos tivessem meu estilo de vida precisaríamos de mais 30% da Terra, (Ecological Footprint = 1.30) porque uma só não segura! Para começar a contribuir e diminuir o peso na consciência doei US$ 10 e tirei da tomada todos os aparelhos fora de uso.

Quiz results: Ecological Footprint Quiz by Redefining Progress

Excelente reflexão


O quanto de Boris existe em você?

William Douglas é juiz federal e professor.

Após ouvir lixeiros desejarem "feliz 2010", Boris Casoy disse "... que m----, dois lixeiros desejando felicidades do alto de suas vassouras... (risos) ... dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho." O episódio chocou. As reações que está sofrendo são exageradas? Ou ele as merece? Os lixeiros desejaram a todos (inclusive a ele, portanto) "paz, saúde, dinheiro, trabalho" e o que se seguiu foi, usando sua terminologia, "uma vergonha".

O pedido de desculpas, protocolar, não teve eficácia, talvez até o contrário. A oposição entre a imagem do apresentador e o comentário em off, revelador de uma visão elitista e preconceituosa, frustrou a ideia de respeito a todos e ao telespectador (imaginem o filho de um gari ouvindo isso). A rudeza dos comentários não se resolve por ter sido um acidente e não é fácil pedir desculpas pelo que se é ou pensa. Contudo, até que ponto a diferença entre nós e o Boris reside apenas no azar que ele deu pelo vazamento? O quanto de Boris existe em cada brasileiro?

Quando alguém se refere ao ponto "mais baixo na escala do trabalho" pode estar se referindo ao conteúdo moral ou social da atividade (como, por exemplo, criticar o tráfico ou a agiotagem), pelos riscos ou pela remuneração reduzida. A atividade de lixeiro não é nociva à sociedade. Nocivo seria, para a saúde e meio ambiente, que eles não atuassem. Como o risco não é tão grande, por eliminação, resta a remuneração. E aí reside um preconceito que resiste: julgar a dignidade das pessoas, ou das profissões, de acordo com sua remuneração. Há que se reconhecer que nem sempre existe equilíbrio entre a importância social de uma função e os ganhos que esta proporciona. E não se pode confundir o desejo de melhorar de vida ou ganhar mais, e a admiração por quem logra isto, com uma postura de menoscabo com as funções menos rentáveis.

Todo trabalho é digno. O que existe, em cada ofício, são pessoas que agem bem e outras não. Existem servidores públicos, CEO"s, lixeiros, jornalistas e juízes dignos e indignos, o que se define pela forma como exercem sua atividade. Mais que isso, Jesus dizia que "a vida do homem não consiste na abundancia dos bens que possui".

Se você, leitor, julga alguém melhor ou pior levando em consideração o quanto a pessoa ganha, ou como se veste, ou onde mora, é preciso reconhecer que em você há, escondido, um pouco desse lado sombrio que o Boris revelou ter. Talvez o lado positivo desse episódio seja a reflexão sobre até que ponto ele não revela nossos preconceitos em off.

Camila Pitanga, que faz o papel de uma faxineira na novela global, afirmou que anda pelo estúdio sem ser cumprimentada quando está com os trajes da personagem. Feliz pelo papel ser convincente, não deixou de anotar como é estranho ficar "invisível", Esse fenômeno já foi objeto de estudo por um professor da USP que, vestido de faxineiro, ficou "invisível" na universidade, por anos. Em suma, quem deixa de ver o faxineiro, não deixa de ter seu lado Boris. Não que o Boris seja de todo mal, ele não é. Ninguém é. Somos todos humanos, com nossos lados luminosos e sombrios.

Boris também errou ao analisar a função de lixeiro. Os "'garis" são figuras simpáticas à população, vivem de bom humor e, ao lado dos carteiros, têm índices de aprovação e confiança que fazem corar os Poderes, a igreja e a imprensa. Infelizmente, estas instituições não são eficientes para limpar seus respectivos "lixos" como os garis o são com o lixo que lhes cabe. Por fim, não esquecer que - com seu jeito e ginga - um gari ilustra o vídeo institucional da bem sucedida campanha "Rio 2016". No Rio, os concursos para gari são concorridíssimos.

(...)

E você, leitor? Cumprimenta seu lixeiro? O garçom? A babá da vizinha? O porteiro? Você os vê? Aquele áudio procura você. Se você se julga, ou julga os outros, por quanto ganha, por qual carro tem, ou se não tem um, então o episódio pode revelar esse lado do Boris em seu cotidiano. Melhor que apenas discutir o que fez o Casoy é também questionarmos até que ponto reconhecemos o valor de todo e qualquer trabalho honesto.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Educação para a Sustentabilidade

"A change of consciousness, which is vital to change behavior, is most difficult, and often requires the very challenging and slow process of unlearning and reeducating."
Professor Robert Farrell
Florida International University

"Uma mudança de consciência, que é vital para a mudança de comportamento, é muito difícil de alcançar e exige o processo desafiador e lento de desaprender e reaprender." *
Professor Robert Farrell
Florida International University

*Tradução livre.

Quando a falta de bom senso grita

Um garfo, uma colher ou uma.... arma?!

Matéria do NYT discorre sobre a falta de bom senso das escolas americanas ao julgar casos de tolerância zero.

O aluno Zachary Christie, 6 anos, foi suspenso por 45 dias por levar para a escola um "instrumento" que ganhou ao ingressar no grupo de Escoteiros. O tal aparato é um misto de garfo, colher e faca. Devido aos acontecimentos ocorridos em Columbine e Virginia Tech, muitas escolas americanas adotaram tolerância zero para com "armas". O problema é que cada caso deve ser analisado separadamente.

A mãe de Zachary ensina o garoto em casa enquanto aguarda a decisão das autoridades. Para isso conta com o apoio da opinião pública no site helpzachary.com. Esta não é a primeira vez que a tolerânci zero vai longe demais nos EUA. Outra aluna foi expulsa por 1 ano (!!) no dia de seu aniversário após levar para a escola um bolo de chocolate acompanhado de uma faca para cortá-lo ... A professora reportou o caso ao Diretor, mas não sem antes usar a faca para cortar o bolo...

Além da falta de bom senso absurda, estudos mostram que alunos Afro-Americanos são mais sujeitos à suspensão do que outros alunos em casos idênticos.

Mais uma prova de que o sistema educacional precisa de revisão.

Fonte: NYT

Deu no Ex-Blog

CINQUENTA ANOS DA MORTE DO ESCRITOR ALBERT CAMUS!

Abertura do artigo de Jean Daniel (editorialista do Le Nouvel Observateur), El País (11): Será 2010 o ano de Camus?

1. Este ano novo será camusiano? Faço essa pergunta porque escrevo no dia do quinquagésimo aniversario da morte do autor de "O primeiro homem". A resposta é "sim". E não pelas prodigiosas homenagens que lhe dedicam. Estas deixam atônitos aos que sabem do purgatório, e inclusive do inferno a que lhe relegaram durante tanto tempo a maioria dos intelectuais franceses.

2. Mas pelo homem que pensou e refletiu sobre o suicídio, o assassinato, a revolução e a rebelião, impondo-se, como disciplina, uma lucidez extrema. É o pensador que abominou o absoluto, cultivou a dúvida, introduziu o heroísmo no comedimento e antecipou que em seguida, teríamos que tentar conservar o mundo em vez de tentar mudá-lo. Esse homem definiu um comportamento e uma atitude, em vez de um credo. E é isso exatamente o que necessita nossa época.

Fonte: Cesar Maia

sábado, 19 de dezembro de 2009

Marina Silva: "Não temos como secundar o meio-ambiente"

Em entrevista coletiva na ALESP antes da Convenção Nacional do Partido Verde, a pré-candidata Marina Silva declarou que o Brasil deveria ter causado um constrangimento ético em Copenhagen. O cenário ideal teria sido o Brasil se comprometer com o aporte de recursos, além do compromisso de reduzir as emissões de CO2.

Segundo Marina Silva, os nomes mais importantes do planeta pareciam meros convidados no evento que deveria ter sido o mais importante para a mudança. Ela disse que a maior parte dos participantes chegou na COP 15 despreparado. "Se não fosse a presença da sociedade civil, o Brasil teria sido mal representado," afirmou Marina.

Ao ser perguntada sobre sua candidatura, ela disse estar na etapa final: "A primeira etapa foi a dolorosa, a de sair do PT. A segunda, a prazeirosa, que foi a de nos filiarmos ao PV. Agora estamos na laborosa, que é a de construir uma proposta eficaz, para que o Brasil, que é uma potência ecológica, assuma compromisso com a mudança."

"Nosso país tem mais de 300 milhões de terra agricultável e que pode dobrar sua produção sem derrubar nem mais 1 árvore. Precisamos apenas das ferramentas corretas para a mudança," declarou.

Marina Silva disse que é preciso tecnologia e inovação: "A COP mostrou que existe outra agenda, a agenda tecnológica, para transformar boas idéias em políticas públicas para fazer a transição".

Durante a coletiva pediram que ela avaliasse a performance do presidente Lula e da Ministra Dilma Rousseff. Marina declarou que seria prepotente de sua parte avaliar o desempenho de outras pessoas. "Eu estava preocupada com o meu desempenho," disse ela.

A senadora disse que acredita que ajudou o Brasil a chegar no encontro com metas. "Não temos como secundar o meio-ambiente, quem quiser debater o futuro tem que se atualizar na agenda da sustentabilidade", acrescentou.

Ao avaliar o acordo da COP 15 ela chamou o resultado de "pífio". Segundo a Senadora, o ideal seria que os presidentes Lula e Obama tivessem se reposicionado sobre o acordo. "O presidente Lula assumiu um compromisso com os países da África e se equivocou ao não aderir ao ato de 1 bilhão. Era um ato simbólico. Não era pelo valor dos recursos. Se o Brasil tivesse aderido, mostraria que, se um país em desenvolvimento pode colocar 10% do valor total que está sendo investido, os países ricos poderiam colocar muito mais", destacou.

"Um país que colocou 10 bilhões no FMI pode investir recursos para ter solidariedade com os países que precisam", acrescentou. Segundo Marina Silva a decisão do presidente Lula foi contraditória com o compromisso que ele assumiu com os países mais pobres. Ela lembrou que o presidente Lula abriu uma agenda que era inexistente com os países africanos, mas que o gesto de colocar recursos na cesta da COP seria imprescindível.

"A maior protagonista da COP 15 foi a opinião pública."

A pré-candidata lembrou que as 3 metas principais não foram tratadas com a devida justiça e seriedade: a meta de redução de CO2, investimentos corretos e solidariedade com os países mais pobres. Todas elas saíram insuficientes.

Pesarosa, Marina reforçou que o resultado do encontro não foi compatível com a representatividade, ao lembrar os Chefes de Estado que lá compareceram. Apesar de as negociações da COP 15 terem ficado cristalizadas, ela acredita que o Brasil fez a diferença.

"Estamos aqui porque temos uma visão de mundo. Acreditamos que já estamos maduros, para que possamos criar as estruturas para que o Brasil protagonize uma mudança histórica de modelo de desenvolvimento sustentável", discursou Marina Silva posteriormente, na convenção do partido.

"Precisamos sair da cultura da culpa para entrar na cultura da vergonha. Precisamos ter uma visão ética e criar sistemas transparentes para financiamento de campanha. Vamos corrigir os erros do passado e apostar na lisura no presente," disse ela ao incentivar uma campanha transparente.

Marina Silva encerrou seu discurso dizendo: "Eu posso dizer que do jeito que o Brasil me olha, vai dar namoro".


Outros sites e blogs que postaram a matéria:

Partido Verde

Eduardo Brandão

sábado, 12 de dezembro de 2009

Belo Monte


Tuira Kayapo, líder da tripo Kayapo protestando contra a construção da hidroelétrica Belo Monte, Rio Xingú, Pará. Se construída, a hidroelétrica será a segunda maior do Brasil e a terceira maior do mundo. O cacique, com o dedo em riste, partyicipou de audiência pública em Brasília no início do mês com Aloysio Guapindaia (primeiro à esquerda), diretor da FUNAI. O lago da usina terá 516 Km² e duas casas de força, causando forte impacto ambiental. A potencia a ser instalada é de 11.233 Megawatts, tornando-se a maior usina hidroelétrica inteiramente brasileira.





AMAZON WATCH: defending the AMAZON

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Jabor e Lula

As correntes com textos do jornalista Arnaldo Jabor contra o Governo Lula têm explicação: o jornalista sofreu veto durante a campanha presidencial de 2006...

Está circulando na internet (mais) uma com um texto de Jabor sobre os episódios de corrupção no Governo Lula. Não consegui confirmar a veracidade do mesmo...

Reproduzo abaixo a matéria do Portal Terra (2006) e logo em seguida o texto atribuído ao jornalista que recebi hoje por e-mail.



O ministro Ari Pargendler, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a retirada da página da rádio CBN na Internet, e das páginas de todas as suas afiliadas, do comentário do colunista Arnaldo Jabor feito no último dia 10 de outubro. O juiz considerou que o comentário favorecia o candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) e prejudicava o candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O pedido da liminar para retirada foi requerido pela coligação "A Força do Povo" (PT-PRB-PCdoB), que apóia a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O advogados da coligação argumentaram que o comentário de Arnaldo Jabor teria emitido opinião favorável ao candidato Geraldo Alckmin e negativa ao atual presidente da República.

O comentário impugnado foi o seguinte: "amigos ouvintes, o debate de domingo serviu para vermos os dois lados do Brasil. De um lado, um choque de capitalismo. De outro, um choque de socialismo deformado num populismo estadista, num getulismo tardio. De um lado, São Paulo e a complexa experiência de Estado industrializado, rico e privatista. De outro, a voz dos grotões, onde o estado ainda é o provedor dos vassalos famintos. De um lado, a teimosa demanda do Alckmin pelo concreto da administração pública, e do outro, o Lula, apelando para pretextos utópicos, preferindo rolar na retórica de símbolo (...)".

A rádio foi notificada da decisão, por fax, na quinta-feira.

Redação Terra

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O texto atribuído ao jornalista:

TSE determinou a retirada do comentário de Arnaldo Jabor.

Leia o comentário de Dora Kramer, Estadão de Domingo:

'A decisão do TSE que determinou a retirada do comentário de Arnaldo Jabor do site da CBN, a pedido do presidente 'Lula' até pode ter amparo na legislação eleitoral, mas fere o preceito constitucional da liberdade de imprensa e de expressão, configurando- se, portanto, um ato de censura.'

Em outro trecho:
'Jabor faz parte de uma lista de profissionais tidos pelo Presidente Lula como desafetos e, por isso, passíveis de retaliação à medida que se apresentem as oportunidades! '

'Não deixem de ler e reler o texto abaixo e passem adiante'!

A VERDADE ESTÁ NA CARA, MAS NÃO SE IMPÕE.
(ARNALDO JABOR)

O que foi que nos aconteceu?
No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor,'explicá veis' demais.
Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas.
Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados, e nada rola.
A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira!! !!!!!
Claro que a mentira sempre foi a base do sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada! !!!!!!!
Os fatos reais: com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder 20 anos!!!!
Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro, os tapes, as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo !!!!!
Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por suas ações. Sempre se acha inocente ou vítima do mundo, do qual tem de se vingar. O outro não existe para ele e não sente nem remorso nem vergonha do que faz !!!!!
Mente compulsivamente, acreditando na própria mentira, para conseguir poder. Este governo é psicopata!!! Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão nas nádegas. A verdade se encolhe, humilhada, num canto. E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de 'povo', consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em acusações 'falsas', sua condição de cúmplice e Comandante em 'vítima'!!!!!
E a população ignorante engole tudo. Como é possível isso?
Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na Fortaleza da lentidão e da impunidade. Só daqui a dois anos serão julgados os indiciados - nos comunica o STF.
Os delitos são esquecidos, empacotados, prescrevem. A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização Jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua. O que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desse governo.
Sei que este é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser escrito...
Está havendo uma desmoralização do pensamento.
Deprimo-me:
Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê?'
A existência dessa estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras, os raciocínios. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura do lulo-petismo.
A cada cassado perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha, muda, aumenta a sensação de que as idéias não correspondem mais Aos fatos!!!!!
Pior: que os fatos não são nada - só valem as versões, as manipulações.
No último ano, tivemos um único momento de verdade, louca, operística, grotesca, mas maravilhosa, quando o Roberto Jefferson abriu a cortina do país e deixou-nos ver os intestinos de nossa política.
Depois surgiram dois grandes documentos históricos: o relatório da CPI dos Correios e o parecer do procurador-geral da república. São verdades cristalinas, com sol a Pino.
E, no entanto, chegam a ter um sabor quase de 'gafe'.
Lulo-Petistas clamam: 'Como é que a Procuradoria Geral, nomeada pelo Lula, tem o desplante de ser tão clara! Como que o Osmar Serraglio pode ser tão explícito, e como o Delcídio Amaral não mentiu em nome do PT ? Como ousaram ser honestos?'
Sempre que a verdade eclode, reagem.
Quando um juiz condena rápido, é chamado de exibicionista' . Quando apareceu aquela grana toda no Maranhão (lembram, filhinhos?), a família Sarney reagiu ofendida com a falta de 'finesse' do governo de FH, que não teve a delicadeza de avisar que a polícia estava chegando...
Mas agora é diferente.
As palavras estão sendo esvaziadas de sentido. Assim como o stalinismo apagava fotos, reescrevia textos para contestar seus crimes, o governo do Lula está criando uma língua nova, uma neo-língua empobrecedora da ciência política, uma língua esquemática, dualista, maniqueísta, nos preparando para o futuro político simplista que está se consolidando no horizonte.
Toda a complexidade rica do país será transformada em uma massa de palavras de ordem , de preconceitos ideológicos movidos a dualismos e oposições, como tendem a fazer o Populismo e o simplismo.
Lula será eleito por uma oposição mecânica entre ricos e pobres, dividindo o país em 'a favor' do povo e 'contra', recauchutando significados que não dão mais conta da circularidade do mundo atual. Teremos o 'sim' e o 'não', teremos a depressão da razão de um lado e a psicopatia política de outro, teremos a volta da oposição Mundo x Brasil, nacional x internacional e um voluntarismo que legitima o governo de um Lula 2 e um Garotinho depois.
Alguns otimistas dizem: 'Não... este maremoto de mentiras nos dará uma fome de Verdades'!

domingo, 6 de dezembro de 2009

Mais um Brasilianista :)

Correndo com as dissertações finais...

Mas esse cara me fez chorar durante uma aula. Não por conta da paixão pelo Brasil especificamente, mas pq ele é muito otimista!!!!!

Legendas em Português!!!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Entrevista Instituto Ethos

No dia 04 de novembro postei aqui no blog texto falando sobre a IUCN - International Union for Conservation of Nature - uma das mais influentes e respeitadas organizações no campo da conservação da diversidade biológica, da preservação do meio ambiente e da gestão de recursos naturais. A organização defende que “aprendizagem sustentável” inclui não somente o que é alcançado através dos sistemas educacionais (educação em seu sentido mais formal), mas também o que é assimilado no cotidiano, seja em casa, no trabalho ou na comunidade (leia mais).

As peças-chave para tal tipo de educação envolvem três pilares: a sociedade, o meio-ambiente e a economia, todas tendo a cultura como ponto de convergência (Tilbury & Wortman, 2004). Com o objetivo de encontrar soluções pragmáticas para que a educação tradicional se adapte às mudanças do planeta, a IUCN defende que a Educação para o Desenvolvimento Sustentável reforce os valores culturais e a utilização responsável dos recursos naturais para que a sociedade mundial encontre justiça social.
Em entrevista ao Instituto Ethos, o vice-presidente nacional do Partido Verde (PV) e vereador pelo Rio de Janeiro, Alfredo Sirkis, reforça este tripé ambiental, econômico e social dentro do conceito de sustentabilidade:

Instituto Ethos: De que maneira o PV traz para sua política partidária a questão do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável? Como isso se insere no contexto dos governos do partido?
Alfredo Sirkis: O PV acredita que a questão deve pautar a política de todo o governo. Um único ministério, como o do Meio Ambiente, não consegue levar adiante essa tarefa, já que não tem controle sobre alguns dos instrumentos mais importantes da sustentabilidade, notadamente na área econômica. Não tivemos ainda oportunidade de colocar nosso programa em prática, embora se tenha avançado em algo em determinadas prefeituras.

IE: Dê um exemplo prático de ação do partido em que a sustentabilidade (em seu tripé ambiental, econômico e social) esteja sendo o norte de políticas implantadas (num município ou Estado).
AS: Até hoje, o que temos são exemplos setoriais de políticas verdes aplicadas em contextos mais gerais, dentro do paradigma tradicional. Posso dar meu exemplo no Rio: como secretário de Meio Ambiente, nos anos 1990, e de Urbanismo, entre 2001 e 2006, consegui realizar bons projetos, como os mutirões de reflorestamento nas favelas e a maior rede de ciclovias do Brasil, mas no marco de administrações para as quais isso era, eventualmente, uma concessão aos verdes, e não uma política visando a sustentabilidade.

Leia a entrevista na íntegra:


Tilbury, D. & Wortman, D. (2004). Engaging People in Sustainability, Comission of Education and Communication, IUCN, Gland, Switerland and Cambrige, UK.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Nosso sistema educacional funciona?

A resposta é não e o trailer do novo filme de David Terence Puttnam sobre educação já está na web.

"We Are The People We've Been Waiting For" é um longa-metragem sobre educação que foi inspirado e conduzido pelo produtor premiado com o Oscar Lord Puttnam. O filme é apoiado por vários patrocinadores, incluindo a fundação educacional independente, Edge. O filme segue as experiências de cinco adolescentes da cidade de Swindon, na Inglaterra.

O que se desenrola no decorrer do filme é uma verdade muito inconveniente sobre a educação. A conclusão a que se chega é que, embora haja sinais de primavera, uma transformação do sistema de educação é vital para que o mundo continue a competir efetivamente na era da globalização.

O mundo mudou muito, mas o nosso sistema de educação não acompanhou o ritmo. Temos de reconhecer que existem muitos caminhos para que os jovens tenham sucesso e que é necessário proporcionar o apoio adequado e criar oportunidades para que eles desenvolvam seus talentos individuais.


Texto baseado na descrição do trailer. Tradução livre.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Aprendizagem Sustentável

Defendo a substituição do termo Educação Ambiental e das práticas que envolvem o conceito pela nomenclatura Aprendizagem para o Desenvolvimento Sustentável ou simplesmente Aprendizagem Sustentável. Desenvolvimento Sustentável é um termo abrangente, que pode carregar consigo diversos programas, como o de Educação Ambiental. E por que usar Aprendizagem, e não Educação para o Desenvolvimento Sustentável?

A sugestão é inspirada na definição dada pela Comissão de Educação e Comunicação da IUCN - International Union for Conservation of Nature - uma das mais influentes e respeitadas organizações no campo da conservação da diversidade biológica, da preservação do meio ambiente e da gestão de recursos naturais. A organização defende que “aprendizagem” inclui não somente o que é alcançado através dos sistemas educacionais (educação em seu sentido mais formal), mas também o que é assimilado no cotidiano, seja em casa, no trabalho ou na comunidade (Tilbury & Wortman, 2004).

As peças-chave para tal tipo de educação envolvem três pilares: a sociedade, o meio-ambiente e a economia, todas tendo a cultura como ponto de convergência (Tilbury & Wortman, 2004). Com o objetivo de encontrar soluções pragmáticas para que a educação tradicional se adapte às mudanças do planeta, a IUCN defende que a Educação para o Desenvolvimento Sustentável reforce os valores culturais e a utilização responsável dos recursos naturais para que a sociedade mundial encontre justiça social.

Sendo a educação o principal agente transformador da sociedade, ela precisa também transformar-se para acompanhar as mudanças tecnológicas e necessidades ambientais. O modelo tradicional do “cuspe e giz” já não segura mais a criança informatizada. No entanto o computador e outras ferramentas modernas não substituem a experiência alcançada através da interação com a Natureza.

Cada forma de aprender tem o seu lugar como parte do mosaico necessário para o desenvolvimento de crianças e jovens. A consciência da diversidade (social, cultural e ambiental), dos valores tradicionais, dos conhecimentos e das línguas associadas com as mais variadas formas de expressão cultural que temos espalhadas pelo mundo, passarão a determinar a forma com que a Aprendizagem Sustentável acontecerá nos contextos específicos de cada comunidade.

A ONU declarou em 2005 mais uma década temática, dedicada à Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014). Esta iniciativa precisa significar mais do que apenas uma fonte de esperança, como a maioria dessas campanhas internacionais ficam rotuladas quando chegam ao fim. A Educação precisa ser transformada para começar a formar cidadãos, ao invés de meros consumidores. Hoje temos uma massa formada por peças descartáveis, parte de um sistema econômico massacrante e injusto, sem a menor capacidade crítica e de transformação.

Tilbury, D. & Wortman, D. (2004). Engaging People in Sustainability, Comission of Education and Communication, IUCN, Gland, Switerland and Cambrige, UK.