terça-feira, 25 de maio de 2010

Mais uma de Ken Robinson sobre Educação

Sou muito fã deste homem. Neste vídeo novo ele fala sobre a crise nos recursos humanos. Estamos numa era de crise de talento. A palestra complementa a que ele fez em 2006 e que foi tema dos posts de julho de 2009 (Educação, criatividade e atividade física) e novembro de 2009 (Nosso sistema educacional funciona?) sobre o fato de as escolas matarem a criatividade dos alunos e de nosso modelo educacional estar ultrapassado.

Ele fala que muitos de nós não "encontramos" nossos talentos naturais por falta de terreno fértil para isso. É preciso uma revolução na Educação.




Robinson lembra que as pessoas tendem a ficar presas no que chamamos de "a ordem natural das coisas". Precisamos nos "libertar" para que mudanças aconteçam. Ele exemplifica perguntando quantas pessoas com menos de 25 anos estão na platéia. Ninguém levanta o braço. Então ele pergunta quantas pessoas estão usando relógio de pulso. Quase todos levantam o braço. E segue explicando que isso se dá porque todas cresceram usando relógio e vendo os outros usarem. Estão "presos" no hábito.

Se a mesma pergunta for feita para jovens, a maioria não estará usando relógio. Hoje em dia, no mundo digital, podemos ver a hora em qualquer lugar. O relógio perdeu sua função de outrora. Temos a hora nos computadores, nos celulares. Não há como discordar. Relógio para mim é adereço.

Ele compara que o mesmo acontece na Educação. Robinson começa falando do conceito de linearidade. A teoria diz que se traçarmos um caminho educacional X e fizermos tudo conforme é esperado podemos ter uma vida estável. Mas acontece que a vida não é linear, ela é orgânica. Direcionamos nossas vidas de acordo com os talentos que vamos descobrindo e com as conexões que somos capazes de fazer e criar ao longo do percurso.

Outro exemplo de linearidade dado por Robinson é a obsessão por aumentar o acesso ao ensino superior. Todos querem que as crianças sigam seu caminho e entrem na faculdade. Não que ele seja contra. Apenas acredita que nem todo mundo precisa e que nem todos estão prontos no mesmo momento para isso. A faixa etária não indica maturidade. E muitos talentos não precisam de faculdade.

Diversos talentos são desperdiçados por conta da obrigação de seguir esta linearidade. E nossas vidas dependem de todos os talentos possíveis. Se uma criança tem talento para ser bombeiro (a) encanador (a), pintor (a) ou médico (a), não temos o direito de sufocar estas tendências.

Ele cita o chefe Jamie Oliver que disse que a gastronomia pode ser resumida em 2 tipos: restaurantes fast-food (franquias e redes), onde tudo é padronizado e os restaurantes "customizados" (como os premiados pela Zagat, como as nossas 4Rodas e a Vejinha), onde nada é padronizado, cada um tem sua especialidade. E compara que a educação está num conformismo fast-food. E está deteriorando nossas mentes assim como as redes de alimentação rápida deterioram nossos corpos.

Nossos talentos são diversos. E paixões também. O que excita nosso espírito e nos dá vontade de dedicar energia é o que devemos fazer. O modelo educacional atual é baseado na Revolução Industrial. Por isso a linearidade. Modelo que fomenta o conformismo. E que não tem mais como funcionar no mundo de hoje. O modelo educacional tem que ser mudado de mecânico para o orgânico. Devemos deixar de pensar como manufatureiros e pensarmos como fazendeiros, agricultores que criam condições para desabrochar talentos.

Ele cita parte de um discurso de Abraham Lincoln, que diz:
The dogmas of the quiet past, are inadequate to the stormy present. The occasion is piled high with difficulty, and we must rise - with the occasion. As our case is new, so we must think anew, and act anew. Abraham Lincoln

Mais uma vez, Ken Robinson foi aplaudido de pé.

* Todo o texto foi baseado na palestra que pode ser encontrada no site TED.

domingo, 23 de maio de 2010

Sala de aula especial

Refletindo sobre a sala de aula eficaz. Estudantes com necessidades especiais (déficit de atenção, hipearatividade etc...) devem ficar em áreas de fácil acesso para que o (a) professor (a) possa dar maior atenção. Alunos com problemas de comportamento devem ficar longe do alunos com necessidades especiais. A sala de aula perfeita tem pelo menos uma cadeira especial para cadeirantes.



A. Seating Arrangements

B. Labels for desks of the special needs students

C. The teacher’s desk

D. Small group teaching station

E. Student self-correction station


quinta-feira, 13 de maio de 2010

Golfo do México

Fotos chocantes sobre o desastre no Golfo do México:
The Big Picture

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Peça por Peça


Artigo interessante (infelizmente somente em inglês) sobre escolas que "estão fazendo e acontecendo" nos Estados Unidos. O autor fala sobre a relação da colaboração docente com o sucesso escolar, e da importância de fazer avaliação formativa. Só que a avaliação não serve apenas para classificar e medir a aprendizagem de acordo com padrões pré-estabelecidos. Serve, principalmente, para promover o ensino de qualidade e formar cidadãos conscientes e capazes de contribuir para um mundo que se transforma cada vez mais rapidamente.

Uma escola unida é mais capaz. As sugestões dadas passam pelo óbvio (observar outros professores, fazer reuniões com freqüência, organizar melhor o tempo, investir na capacitação continuada…), mas parece que é exatamente isso. Não existe fórmula mágica. Organização e envolvimento são as palavras-chave para melhorar o desempenho das crianças. Destaque para o fato de que professores excelentes não devem ser premiados com turmas boas. Pelo contrário. É necessário despertar a solidariedade para que eles ajudem os alunos que mais precisam.

O problema aparece quando a autora afirma que os entrevistados acreditam que o currículo proposto está caminhando para o ideal já que padrões nacionais são estabelecidos (embora a própria autora reconheça de que não deva ser seguido à risca). Nos Estados Unidos os jovens acabam não aprendendo nada, sendo empurrados para testes padronizados que apenas servem para classificar e medir a aprendizagem...

A comunidade escolar deve trabalhar em conjunto para propor um currículo paralelo, que desperte a criatividade e a análise crítica.

Leia aqui!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Cristovam Buarque - Superinteressante

POLÊMICA

Filhos de políticos nas escolas públicas

Como melhorar a educação? Obrigando presidente, governadores, prefeitos e parlamentares a testar o ensino público - com suas próprias crianças.

por Cristovam Buarque

Quanto custa estudar no Brasil? Depende. Se você estiver entre os 20% mais ricos da população, vai chegar ao fim de 20 anos de colégio e faculdade com uma formação de aproximadamente R$ 250 mil. Isso significa cerca de R$ 1 mil por mês. Nessa conta entram o dinheiro que você tira do próprio bolso para pagar as mensalidades e a contribuição que o governo faz (com investimento em universidades estatais e deduções de imposto). Agora, se você fizer parte dos outros 80%, sua educação receberá um investimento bem menor: o equivalente a R$ 116 por mês. Esse é o total gasto pelo país por aluno para manter as escolas públicas, onde não se passa muito tempo. Em média, essa parte da população completa só 5 anos de estudo formal, geralmente entre os 7 e os 11 anos de idade.
Ou seja: enquanto ricos estudam em escolas de qualidade por um longo tempo, o resto estuda por pouco tempo em escolas ruins. Como senador, tenho um projeto que pretende amenizar essa desigualdade. Minha proposta é a de que políticos eleitos - vereadores, prefeitos, deputados, senadores e o presidente - fiquem obrigados a matricular seus filhos em escolas públicas. Caso contrário, perderão seu mandato. O projeto já foi apresentado e agora espera avaliação do Senado e da Câmara.
No Brasil do passado, só classes com influência tinham vaga nas boas escolas públicas. Filhos de pobres não estudavam, ou frequentavam colégios particulares mantidos pela Igreja Católica, como seminários. Hoje filhos de eleitos estão entre os 20% mais ricos, em geral. E vão a colégios particulares.
Em lugares como Reino Unido e Cingapura, políticos nem pensam em colocar os filhos em escolas particulares. Os eleitores não aceitariam essa escolha, porque ela significaria ignorar a boa qualidade das escolas públicas de lá. Se um político é descoberto matriculando o filho no ensino privado, acaba nos jornais. Tem de se desculpar publicamente e transferir a criança para uma instituição pública.
Se políticos brasileiros tiverem de matricular os filhos em escolas públicas, elas receberão mais atenção dos governantes. O resultado será um ensino de qualidade para todos. E um país mais próximo dos princípios republicanos, com uma sociedade unida, sem divisão entre aristocracia e plebe. Há quem diga que essa obrigação fere a liberdade do político. Mas todo cidadão é livre para não ser candidato. Se ele opta pela vida pública, deve assumir obrigações. Esse seria só mais um de seus compromissos com os eleitores, com a nação e com a República.

*Cristovam Buarque é professor de economia da Universidade de Brasília e senador pelo PDT/DF. Os artigos aqui publicados não representam necessariamente a opinião da SUPER.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Fotografando

Fotografia Amadora, Fotografia Anônima
Ando por aí tentando clicar...
Do Pão de Açúcar à Vila Canoas.
A câmera registra e o coração sente.


O Cérebro, Pão de Açúcar


Rio de Janeiro, Favela Vila Canoas

DesInformação, Favela da Rocinha

sexta-feira, 26 de março de 2010

Indicação

Blog de um amigo, cheio de novidades:

Opção Digital

terça-feira, 23 de março de 2010

Ecologia Urbana

Dia 1o de fevereiro do corrente postei texto sobre Iluminismo Ambiental, falando sobre Ecologia Urbana. O Rio de Janeiro está sediando esta semana o 5o Fórum Urbano Mundial (23-26 março) cujo tema é "O Direito à Cidade: Unindo o Urbano Dividido".

"O Fórum foi estabelecido pelas Nações Unidas para analisar um dos problemas mais urgentes que o mundo enfrenta hoje: a rápida urbanização e seu impacto nas comunidades, cidades, economias, mudanças climáticas e políticas."

Saiba mais:

FUM5

A polêmica da demissão de professores

“If a school continues to fail its students year after year after year, if it doesn’t show signs of improvement, then there’s got to be a sense of accountability,” President Obama.

“Se uma escola continuar reprovando seus alunos ano após ano, após ano, se não mostrar sinais de progresso, terá que sofrer algum tipo de responsabilização,” Presidente Obama.*

O trecho acima foi retirado de uma matéria do New York Times publicada dia 06 de março do corrente. Os EUA está vivenciando um grande debate sobre a necessidade de demitir os professores ruins. A estabilidade de emprego nunca foi tão questionada. Aqui no Brasil este debate já começou, ainda que tímido. Os sindicatos são a grande ameaça para que medidas enérgicas sejam tomadas e mudanças significativas aconteçam nos sistemas educacionais de todo o mundo.

O ex-secretário de educação do Rio de Janeiro, Claudio Mendonça, palestrou no ano passado sobre diversos sistemas educacionais e destacou o exemplo da Finlândia:

“É lá que estão os melhores indicadores educacionais do planeta. Melhores até que dos da Coréia. Eles entram na escola aos sete anos e não aos seis. Eles chegam a ter dois anos acima da média européia. Eles têm, pelo menos, quatro anos de escolarização acima do Brasil, ou seja, uma criança com 14 anos na Finlândia tem um indicador de solução de problemas de Matemática ou de linguagem e interpretação de texto melhor do que uma criança brasileira com 14 anos, que tem o indicador pior do que uma de 10 anos na Finlândia. Não vai dar tempo de mostrar, mas vai estar na Internet para vocês, mostrando entre os municípios do Rio de Janeiro, crianças com 10 anos, crianças com 14 anos de idade com indicador de Língua Portuguesa e de leitura inferior a uma criança de 10 anos. No Estado do Rio, em redes públicas diferentes. E o indicador de gasto por aluno, vocês vão ver que o gasto por aluno não tem uma relação direta com o desempenho dessas crianças.

Na Finlândia, eles trabalham muito a questão da equidade, não tanto quanto os outros países, como faz a Coréia. Na Finlândia, eles trabalham com um professor a mais em sala de aula para fazer o acompanhamento das crianças que têm determinadas dificuldades, que podem ser dificuldades de natureza neurológica, cognitiva ou emocional, ou pela questão socioeconômica, dão aulas de reforço e, efetivamente, um esforço coletivo e uma visão da sociedade contra essas dominações de que falei anteriormente. A Finlândia tem altos indicadores educacionais, porém a única coisa que eu vi efetivamente boa é uma grande autonomia dos diretores de escola. Podem contratar e demitir os professores diretamente. Eles é que fazem a folha de pagamento. Isso é uma diferença administrativa enorme entre a escola pública desse país e de vários países do mundo.”

Claudio Mendonça

“Seminário Política Educacional para uma Escola Eficaz”

Realizado nos dias 23 e 24 de março de 2009, no auditório da Fundação Escola de Serviço Público do Governo do Estado do Rio de Janeiro


* Tradução livre

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New York Times
http://www.nytimes.com/2010/03/07/education/07educ.html

School’s Shake-Up Is Embraced by the President
Published: March 6, 2010
A Rhode Island school board’s decision to fire the entire faculty of a failing school may have lasting ripples on the nation’s education debate.

“Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura, que marcha, que não tem medo do risco, por isso que recusa o imobilismo”.

A escola em que se pensa, em que se atua, em que se cria, em que se fala, em que se ama, se adivinha, a escola que apaixonadamente diz sim a vida”...

Paulo Freire

sexta-feira, 12 de março de 2010

Leitura Interessante

Lendo "Earth in Mind", de David Orr, sem tradução para o português, infelizmente. Muito bom o livro. Fala sobre a necessidade de um novo currículo educacional nesta nova era. De uma mudança de pensamento para um mundo mais sustentável. Será que vai ser preciso uma catástofre mundial para implantarmos as mudanças necessárias?

Leia mais sobre o assunto:

Educação e Inovação para Sustentabilidade (parte 1)


Livro:
Earth in Mind
On Education, Environment and the Human Prospect
David W. Orr

"Terra em mente: Na educação, no Meio Ambiente e a Perspectiva Humana"*
*Tradução livre

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Shift Happens: estamos prontos para o futuro?


Ano passado o vídeo 'Shift Happens' foi exibido em uma das aulas do Professor Farrell e ontem uma nova versão foi apresentada em aula. Debatíamos mais uma vez sobre as mudanças econômicas e as implicações na Educação mundial.


Resolvi pesquisar um pouco mais sobre ele e achei a página oficial dos educadores que criaram os vídeos originais.
Karl Fisch e Scott McLeod, explicam que o crescimento econômico da Índia e da China não deve ser visto como negativo, como a maioria dos analistas e estudiosos norte-americanos apontam.


Eles acreditam que este fato significa apenas que as oportunidades no mundo estão sendo ampliadas. Eles desejam que todas as crianças sejam bem-sucedidas. E este desejo deveria ser global.


O conceito de globalização e de “mundo plano” (onde comercialmente todos têm as mesmas oportunidades no mercado global) tem suas desvantagens assim como toda forma de mudança social - o que é chamado de “societal shift”.

“We prefer, however, to focus on the positive benefits and on doing what we can to help children learn and grow so that they may become successful digital, global citizens”, eles afirmam.


Preferimos, no entanto, focar nos lado positivo e trabalhar soluções para ajudar a nova geração a aprender e crescer, no sentido de se formarem cidadãos bem-sucedidos nesta nova era digital (tradução livre).


Assista a última versão:





quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

The Function of Schools

"The important thing is to be able to obey orders, and to do what you're told, and to be where you're supposed to be. The values are, you're going to be a factory worker somewhere - maybe they'll call it a university - but you're going to be following somebody else's orders, and just doing your work in some prescribed way. And what matters is discipline, not figuring things out for yourself, or understanding things that interest you - those are kind of marginal: just make sure you meet the requirements of a factory."

Noam Chomsky, contando a história pessoal de seu melhor amigo, que era chamado na sala do Diretor se chegasse 3 minutos atrasado, mas quando tirava um "C" ninguém fazia nada...

O longa metragem "We are the people we've been waiting for", tema do post de 12 de novembro do ano passado, fala exatamente sobre isto. Não precisamos mais de trabalhadores de fábricas. Para isso a tecnologia criou as máquinas. Precisamos de uma geração de novos talentos.

A Função das Escolas

O último post falava sobre os debates que tenho tido em torno da função da escola. Citei meu professor de Educação para a Sustentabilidade, Robert Farrell. Ele nos lembra que o ato de educar vem recebendo críticas cada vez mais freqüentes: a falência do processo de aprendizagem, escolas sendo consideradas “máquinas de triagem” ou reprodutoras do status quo....

Um livro excelente que ele indicou para esta reflexão chama-se “Education as enforcement: the militarization and corporatization of schools” ou, em português (tradução livre) “A Educação como coação: a militarização e corporativização das escolas” (2003).

Os autores são David Gabbard e Kenneth J. Saltman. Gabbard é bacharel em Língua Inglesa, mestre e doutor em Educação (Fundamentos da Educação). Tem 5 livros publicados e reconhecimento internacional por suas contribuições críticas para as políticas públicas educacionais e teorias educacionais democráticas. Saltman, 9 livros publicados, tem bachalerado em Filosofia, mestrado e doutorado em Educação (Currículo e Instrução – creio que no Brasil também pode ser traduzido por Currículo e Ensino).

Infelizmente o livro não foi traduzido para o português. A linguagem é simples e o capítulo que mais me interessou está escrito em forma de entrevista. Chama-se “A Função das Escolas - métodos simples e sutis de controle” (tradução livre), por Noam Chomsky.

Noam Chomsky é linguista, filósofo e ativista político, professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Com dezenas de livros publicados, Chomsky também é um crítico afiado dos meios de comunicação de massa e de seu papel no apoio aos interesses das grandes empresas e dos governos (especialmente o americano).

Ele destaca na entrevista que as Universidades são organismos parasitas, que necessitam de investimentos de governos e outras instituições e corporações, além das matrículas particulares. Para que continuem recebendo estes fundos, precisam servir a estes grupos.

Chomsky lembra ao leitor que quando as Universidades começaram a deixar que os alunos debatessem muito livremente (como no final dos anos 60 nos EUA – e aqui podemos dizer que o mesmo aconteceu durante o Golpe Militar); instituições como a IBM começaram a criar seus próprios institutos de educação vocacional. Grandes empresas corporativizam a educação para que ela sirva seus propósitos.

A reflexão que aqui fica é o quanto estamos deixando que o mercado, a globalização, os governos, enfim, as estruturas que estão no poder, dominem quase que totalmente a forma como ensinamos. Simplesmente pelo fato de que é fácil e eficiente treinar pessoas para esses fins...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Iluminismo Ambiental: Você tem sede de quê? Você tem fome de quê?

Estou participando de debates muito interessantes ligados ao tema da sustentabilidade. O que mais têm me chamado a atenção é o tema ligado à Ecologia Urbana. As pessoas não pensam nas cidades como parte da Natureza. Tradicionalmente, o estudo da ecologia tem sido aplicado aos sistemas naturais de tal forma que o impacto humano foi excluído da equação biológica (Lord et.al., 2001*).

A conclusão recente é de que as cidades, são sim, verdes! Este é um novo conceito que desafia os cientistas tradicionais a pensar e agir de uma nova forma. Com o objetivo de disseminar este novo conceito é importante incorporar no ensino tradicional a importância da Pegada Ecológica – tema do post de 17 de janeiro de 2010. É essencial qualificar os educadores para que eles promovam debates sobre a percepção das relações entre todos os sistemas naturais.


Principalmente as cidades (ecossistemas urbanos) e os ecossistemas selvagens. Para que possamos ter um mundo mais sustentável é necessário que as novas gerações entendam a importância da preservação dos ambientes naturais, seja qual for o caminho profissional que eles sigam no futuro.


Citando meu professor de Educação para a Sustentabilidade:

"Uma mudança de consciência, que é vital para a mudança de comportamento, é muito difícil de alcançar e exige o processo desafiador e lento de desaprender e reaprender."*
Professor Robert Farrell
Florida International University


Educação para a Sustentabilidade significa educar para um mundo mais justo, o que envolve os pilares econômicos, sociais e ambientais. Citando o Professor Farrell mais uma vez, o ato de educar vem recebendo muitas críticas: a falência do processo de aprendizagem, escolas consideradas “máquinas de triagem” ou reprodutoras do status quo....


O que deveria ser ferramenta de transformação social se transformou em uma fábrica de força de trabalho. Força utilizada por governos para a busca incessante pelo poderio econômico no mercado globalizado (escravizando e sufocando talentos individuais) e até mesmo a Guerra (a exemplo dos EUA).


Estamos no Século XXI, mas a Educação ainda está nos moldes ultrapassados. Continuamos formando gerações de “tijolos” (vídeo abaixo) para servir este sistema econômico massacrante e injusto. E sem a menor capacidade crítica e de transformação...


*Tradução Livre (Natural Cities: Urban Ecology and the Restoration of Urban Ecosystems)



Leia também:

Educação, criatividade e atividade física

Nosso Sistema Educacional Funciona?

Interdisciplinaridade: Educação para a Sustentabilidade

Aprendizagem Sustentável

As Crianças e a Natureza